A Operação “Bicho Impossível” da Polícia Civil de Santa Catarina revelou uma fraude que estava acontecendo nas máquinas de pegar bichos de pelúcia, uma atividade popular de entretenimento.
A operação, que faz parte da investigação sobre lavagem de dinheiro denominada Zoológico 2, foi deflagrada na terça-feira, 19. Ela desvendou um esquema em que as máquinas estavam sendo fraudadas, programadas para raramente pegar um bichinho de pelúcia.
A investigação identificou que essas empresas de máquinas de pelúcia foram criadas inicialmente para lavar dinheiro proveniente do jogo do bicho. Porém, a fraude nas máquinas se tornou uma preocupação adicional. Uma vez que iludia os consumidores, fazendo-os acreditar que tinham uma chance justa de sucesso ao usar as máquinas.
Segundo o delegado Jefferson Prado, titular da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro (DLAV/DEIC), “é um crime contra a relação de consumo, você está induzindo o consumidor a erro, fazendo-o acreditar que pode pegar um bichinho, quando na verdade a máquina não vai pegar de jeito nenhum”.
O funcionamento das máquinas de pegar bichos de pelúcia depende da quantidade de eletricidade enviada à garra mecânica. A investigação revelou que, em muitos casos, a quantidade de energia era ajustada de forma a permitir que a garra levantasse o prêmio apenas a cada 35 ou 40 tentativas, dependendo do modelo da máquina.
A operação também levantou a questão de que essas máquinas têm autorização para funcionar, mas não são submetidas a vistorias ou fiscalizações regulares. Com isso, os consumidores muitas vezes não têm conhecimento de que suas chances de sucesso são mínimas.
Foram visitados sete alvos na Grande Florianópolis em shoppings e supermercados (espaços onde estão alocadas as máquinas) nos municípios de São José, Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça e Criciúma.
A Polícia Civil está agora rastreando os fornecedores dessas máquinas e planeja comunicar às autoridades responsáveis para garantir que os consumidores não sejam mais enganados. Além da lavagem de dinheiro, os envolvidos na fraude podem ser responsabilizados por estelionato e crimes contra as relações de consumo.