Foto: Divulgação / Governo de Santa Catarina

Polícia Civil conclui depoimentos e inquérito sobre o massacre à creche de Blumenau

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito que investigou o ataque à creche Cantinho Bom Pastor no dia 5 de abril, que vitimou quatro crianças e deixou outras cinco feridas.

O criminoso foi indiciado por quatro homicídios com quatro qualificadoras, além de cinco tentativas de homicídio. As qualificadoras, que aumentam a pena, foram motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa das vítimas e também por elas serem menores de 14 anos.

Os detalhes foram divulgados em coletiva nesta segunda-feira, 17, e a investigação foi realizada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau em trabalho conjunto com os peritos da Polícia Científica de Santa Catarina e colaboração da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Secretaria da Educação do Estado.

O delegado Ronnie Reis Esteves, responsável pela divisão de investigação criminal de Blumenau, detalhou os depoimentos colhidos durante os últimos 15 dias, um dos principais foi o da mãe do criminoso. Ela contou que criou o filho sozinha, mas que isso não havia afetado a infância dele, que era um jovem tranquilo e respeitador.

A mulher contou também que, quando ele já era mais velho, se relacionou com um homem que se tornou padrasto, que no início tinha uma boa relação com o criminoso, inclusive o auxiliando a comprar uma moto e também começar a trabalhar como motorista de aplicativo. Entretanto, tudo teria mudado quando o autor do crime começou a usar cocaína.

Dinâmica do crime

O delegado da DIC de Blumenau, Rodrigo Raitz, disse que foi feito um levantamento de todo o trajeto do criminoso, desde o momento que ele sai de casa até se entregar no Batalhão da PMSC.

“Ele saiu de casa às 8h03, foi na academia de ginástica por onde permaneceu por 23 minutos, percorreu diversas ruas até chegar à creche, pulou o muro e em 20 segundos matou quatro crianças e feriu outras cinco. Depois disso ele pegou a moto e se entregou ao Batalhão da PM”, detalha.

Por meio de relatório de análise de extração de dados, observou-se que o investigado pesquisava na internet sobre ocultismos, seitas e magias. Após analisar as pesquisas feitas em navegadores de internet, a Polícia Civil comprovou que, no dia 15 de março, ou seja, 21 dias antes do ocorrido, o investigado procurou por modelos de machados.

Medidas de prevenção

Para prevenir as práticas de terrorismo doméstico com múltiplas vítimas, com o de Blumenau, a PMSC irá difundir as novas técnicas de prevenção.

A técnica consiste em treinar os professores e funcionários para se defenderem de possíveis ações criminosas. Segue doutrina internacional e, no país, é consolidado pela lei antiterrorismo 13.260/2016. Na cidade de Blumenau mais de 400 professores já foram treinados.

 

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