O consumo de cigarros eletrônicos no Brasil tem se tornado uma preocupação crescente, apesar de sua proibição pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, nos últimos quatro anos, o número de adultos que utilizam esses dispositivos teve um aumento significativo, atingindo a marca de 2,2 milhões de pessoas (1,4%) que afirmaram ter utilizado cigarros eletrônicos nos últimos 30 dias. Esse valor representa um aumento impressionante em relação a 2018, quando o número de consumidores adultos era de apenas 0,3%, com menos de 500 mil pessoas.
A pesquisa também revelou que aproximadamente 6 milhões de fumantes de cigarros tradicionais já experimentaram os cigarros eletrônicos (vapes), representando um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2019. Esse aumento expressivo no consumo dos dispositivos é motivo de preocupação, uma vez que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta para os riscos associados a eles.
Segundo o Instituto, os cigarros eletrônicos contêm níveis de substâncias tóxicas tão prejudiciais quanto os encontrados nos cigarros convencionais, além de outras substâncias perigosas, como metais pesados, incluindo chumbo, ferro e níquel. A utilização desses dispositivos também está associada a uma doença pulmonar conhecida como EVALI, que causa sintomas respiratórios, gastrointestinais e outros.
Enquanto países como o Reino Unido e a Suécia reconheceram os cigarros eletrônicos como alternativas de risco reduzido e implementaram medidas regulatórias, no Brasil, a discussão sobre a regulamentação desses dispositivos ainda está em andamento na Anvisa. O aumento do consumo de cigarros eletrônicos levanta questões sobre a eficácia da proibição atual e a necessidade de uma abordagem regulatória mais abrangente para lidar com esse cenário preocupante.